Ponho
a mão no peito e sinto as batidas do meu coração. Esse é o relógio do tempo tiquetaqueando
compassadamente.
Quanto
tempo me resta?
-
Não sei. Um dia ele parará.
A
verdade é que ele me move, às vezes com pressa, em outras paulatinamente.
Essa
pressa efêmera que acelera a vida é como a calma que repousa, e nenhuma das
duas nos leva a lugar algum.
Será
tão difícil perceber que o tempo é apenas um fator relativo para que as pessoas
possam correr ou ficarem estáticas?
Que
diferença faz se corro ou ando, se a morte igualará todos nós no mesmo patamar?
O
pobre e o rico não vão para o mesmo lugar?
A
diferença é como enxergamos e discernimos esse peremptório momento. Isso sim
faz diferença.
Se
o tempo tenta apressar, peço-lhe calma. Se o tempo força a calma, eu peço
ritmo.
O
que dura pouco para mim?
O
TEMPO!
Esse
atemporal que me deixa inconformada, pois ele encurta a vida.
Então...
Enquanto
houver tempo para viver: viverei.
E
quando faltar tempo para viver: lutarei contra.
Entre
escritas e escritos, poemas e crônicas, a verdade é que pouco sei, ou nada.
Hoje,
tenho poucas certezas, uma delas, que ando feliz e por hora com o coração
compassado aguardando o momento do nosso reencontro.
Afinal,
como já cantava o sábio Vinícius: "A vida é a arte do encontro, embora,
haja tanto desencontro pela vida".
Até
por que às vezes o momento não é oportuno,
A
coragem não é suficiente,
O
medo nos incapacita,
E
por alguns instantes, a gente para...
Põe
a mão no peito e sente o coração. Certificamo-nos que viver já valeu a pena por
cada encontro, mesmo que com desencontros.
Um
dia nosso coração parará e já não nos será mais permitido, viver, ou muito
menos, nos encontrarmos.
Felizes
aqueles que possuem sensibilidade aguda e conseguem perceber que tudo que é bom
dura pouco, mas o suficiente.
Contribuição para a Corrente
Literária "O que dura pouco para você?"