Não olhes para mim, peço-te. Não tentes ver além dos meus olhos procurando encontrar dentro deles os meus sentimentos. Nesse silêncio do teu olhar, não deixes que olhe para ti e me encante com o brilho dos teus olhos, levando-me a sonhar algo impossível de se realizar. Não olhes para mim para que não saibas o quanto de ti levo dentro de mim, para que não descubras os meus segredos e de certo descobrirás todos os meus desejos que circulam junto de ti. No recanto mais íntimo da minha alma, no recanto mais íntimo do meu coração não quero que olhes para mim, para que eu possa deixar sonhar contigo, para que não alimente mais os meus desejos por não querer ser para ti mais um rosto no meio da multidão.
Vivo do que me sustenta e nestas tristes caminhadas, encontrei-te. Vou de encontro a ti no silêncio de uma noite, nas melodias do amor, na tua presença constante nestas palavras que formam as minhas cartas. Queria tocar-te, hoje, quando me sinto sozinho e um pouco à deriva. Queria perder-me no som da tua voz e ao fechar os meus olhos, queria achar-me por entre os teus braços. Gostava arrancar dentro do meu peito todo o amor que sinto por ti e encontrar uma fórmula para o manifestar, para amar-te com toda a intensidade.
Olho ao meu redor o suficiente para perceber que tu és aquela que eu quero passar todo o meu tempo. Engarrafava os dias de vida que me restam e os guardaria para além da eternidade apenas para gastá-los contigo. Se eu pudesse que os dias durassem para sempre, se pudesse realizar os meus desejos, guardaria tudo como valiosos tesouros e em seguida, gastaria tudo novamente contigo. Fazes-me flutuar quando penso em ti, sinto que alcanço as nuvens que tocam nas estrelas e fico a morar no céu. Nesse momento, a distância traz-me as imensas saudades e as incertezas de quando nos voltaremos a encontrar. Eis que surge a tua doce presença, com o esplendor de um anjo e me envolve com uma suave brisa aconchegante. Tudo isto acontece porque amo e penso em ti.
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