sexta-feira, 27 de julho de 2012

Me perguntaram: "Quando serei feliz?"

Percebi que cada vez mais as pessoas tem pressa. Esquecem-se de que nem tudo corre na velocidade da luz, muito menos compreendem que tudo tem sua hora e que quando tem que acontecer vai acontecer no tempo certo, dia certo.
Numa conversa me indagaram: "Quando serei feliz?", "Quando encontrarei alguém?”
A verdade é que sou nova demais pra pensar nisso. Decidi deixar acontecer. Afinal, esses questionamentos não são temporais, cronológicos, são questões de decisões e por que não desejos?
Esse "quando" precisa ter nossa participação ativa. Abomino aqui a busca desenfreada. Sem essa de alguém hoje, novamente amanhã e quem sabe outros três no final de semana. Quero participar ativamente dessas escolhas de forma clara, profunda e deixando se tocar. Não saio por aí "tentando".
Sei que é cada vez mais difícil de relacionar-se, começar algo novo. Cria-se uma expectativa enorme e termina numa lamúria eterna que não existe pessoas querendo algo sério, que amar dói, que casar é o naufrágio das relações.
A verdade é que tudo depende infinitamente mais de nós do que pensamos, somos o que acreditamos ser. Se pensarmos que somos fracos, feios... Assim seremos. Afinal, se eu penso assim, quem haverá de me tirar do buraco e pensar diferente?
O nosso presente está embrulhado em algum lugar dentro de nós mesmos e nossa vida pode  ser uma estrada tortuosa, cheia de curvas onde se pode derrapar e morrer, mas tudo se torna mais fácil quando damos a atenção merecida, como também, o cuidado.
O melhor de tudo é poder olhar para trás e ousadamente dizer: "É, passei. Estou ilesa".
Pode ser que eu esteja louca, sonhando, ou escrevendo bobagens... Contudo, já foi comprovado cientificamente que em muitos loucos, por algumas vezes, existe sensatez...
Vai ver essa foi a minha hora.

domingo, 22 de julho de 2012

Tudo & nada

É mais simples quando a gente escolhe o fácil,
É mais fácil desejar nada, no lugar do tudo,
Quando se tem tudo e não tem nada,
O tudo é tão vago quanto o nada,
Quem nada quer, em meio ao tudo que consegue, sai no lucro. Logo, ganha.
Excluo o tudo e aposto mesmo no nada,
Enquanto quem pensa que sabe tudo pára, eu que penso que não sei nada, continuo.
Aprender é necessário sempre.
Nada na cabeça, abre espaço para tudo. Não adianta tentar esvaziar.
Um pouco do tudo em meio ao nada, faz diferença.
Sempre, simples assim.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Vale a pena?

É, eu sou uma boba. Talvez seja o meu jeito tão intenso de ver as coisas, pular de cabeça, sem essa de não molhar o cabelo. Já não tenho idade para sentir medo, muito menos brincar, ou me fazer forte quando na verdade estou morrendo por dentro.
Sinceramente?
Eu tenho preguiça de quem não se arrisca. Nada contra quem prefira manter-se longe de relacionamentos alegando que pelo menos não chora, não se preocupa, não se ilude, não magoa e nem sofre por algo que não vale a pena.
Mas aí eu pergunto: Como saber "se vale a pena"?
Adivinhação, búzios, tarô, magia ou o tic-tac do coração?
O que vale a pena a gente sente no toque, no olhar, no silêncio da respiração no ouvido do outro quando um abraço é dado e os corações estão unidos em uma sintonia perfeita. 
O que vale a pena a gente não quer perder, a gente cuida, cultiva esperando florescer mais bonito, porque o que é válido cresce, brota, vive.
O que vale a pena te deixa com aquele sorriso bobo no rosto, com mãos geladas e olhos vidrados. 
O que toca a gente de verdade, não nos permite dúvidas, medos, inconstâncias. 
O que vale a pena a gente não só sente falta naquele momento difícil ou quando deitamos a cabeça no travesseiro tarde da noite e percebe que está sozinho.
O que vale a pena nos torna melhores, nos faz pronunciar discursos coerentes, nos faz esperar ansiosos pelo final de semana, o novo filme em cartaz.
O que vale a pena não nos gera expectativas, porque a expectativa nasce da ausência, do não fazer, não falar, não agir.
O que vale a pena a gente sabe que nem sempre será mil maravilhas, haverão brigas tolas e aquelas que irão tirar o sono. 
O que vale a pena não tem esse o jogo infantil de que "se você quiser, que corra atrás de mim".
O que vale a pena é crer.
É viver, amar.
Cair e seguir.
Na esperança que um dia, possa valer a pena e valerá.
Minha vontade é de tirar de teu peito esse coração e só te devolver quando eu ensiná-lo a bater uniforme ao meu. Nada melhor que te ter, mais que seja quando você também me desejar.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu odeio esse silêncio quando minha alma chora. Odeio muito mais ir dormir desse jeito, simplesmente porque não consigo fechar os olhos sem ficar imaginando tantas bobagens que podem acontecer enquanto estamos assim.
Estou perdendo o sono porque não posso ignorar.
Tá frio e eu não estou falando do tempo.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Sai voando!

Estou no alto e por incrível que pareça, sem medo. Na vida a gente não consegue entender tudo, como posso morrer de medo de altura e não sentir medo agora?  Talvez a gente aceite algumas coisas e se desfaça de outras. Escrevo estas palavras de dentro de um avião, celular no bloco de notas, na mesinha o suco, ao lado a câmera, corpo literalmente nas nuvens e pés fora do chão. Vez em outra é bom ficar assim, corpo longe da terra, mais perto de Deus.

Sentada ao lado da janela e sozinha ali, tomo coragem de chegar próxima de olhos fechados. Abri. Pronto, enfrentei meu medo. A cada dia que passa tenho enfrentado meus medos, de uma forma tranquila. Hoje eu voei pela primeira vez, olhei pela janela, fiquei observando o baixo e do alto me senti grande.
Teria meu medo de altura passado? Que seja, que tenha...

Thirteen Senses me faz companhia e por incrível que pareça, o medo não me visita. É um voo curto, poucas turbulências. Ao meu lado um casal conversa, riem, celebram o amor, um com a cabeça no ombro do outro, usam uma aliança dourada, são velhos e felizes. Aquele típico casal, sendo que são dois homens, sem vergonha,  sem exageros, sem porquês. Tento disfarçar, mas me pego olhando e fico numa curiosidade contida, querendo saber de onde vieram, como se conheceram, o porquê de tamanha felicidade - não que isso me incomode, mas sim, me empolga.

Ver ou viver o amor, ainda que na vida do outro, me impulsiona sem medo algum. A possibilidade de vivê-lo em minha vida, me inspira fazendo acreditar, que sim, ele existe. E no peito bate a saudade, aquela louca vontade espera a chance de um dia viver assim, em dois, em par. Viajar juntos, sorrir juntos, crescer, envelhecer e perder, porque embora os sorrisos sempre venham, as lágrimas alguns dias hão de cair. O voo segue...

A janela, agora, só me mostra o branco das nuvens. E eu penso em você. Penso olhando pro nada. Penso além do que posso. Paro e reparo as nuvens, fico numa brincadeira infantil de tentar achar imagens nelas, há 19 mil pés de altura sem alguém ali comigo, é o que me resta.

Meu celular não consegue acompanhar a agilidade dos meus dedos, querendo seguir a rapidez da minha mente que (re)pensa.

O casal adormeceu e eu os velo. Admirar algo é meio passo para querer ter, viver. E por assim ser, que minha admiração persista e que esta alegria que agora dorme, siga para um destino lindo, aqueles com histórias lindas e novas surpresas. Como a de hoje, sem medo, pelo menos para mim.

Into the Fire by Thirteen Senses on Grooveshark

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sou aquilo que você não vê.

Ela se olha no espelho, e num súbito, se sobressai. Vê seu verdadeiro eu ali, parada em sua frente. A imagem a assusta parece não conhecer quem ali está. Passa a ver-se e ouvir-se, distintamente.
Uma lágrima escorre pelo seu rosto e então o reflexo pergunta: quem é você quando ninguém está olhando?

“– Não sei”– responde.

E o reflexo diz: ”– Olhe para sua infância cheia de buracos vazios, enfeitados com flores plásticas, nada ali é natural. Deram-lhe inteligência além da sua existência. As pessoas te olhavam e admiravam por ser uma garotinha de fala difícil, contestadora ao extremo. Você passou a aceitar a identidade lhe imposta. Passou a ser contra as tradições e ensinamentos transmitidos no lar. Olhe para você ali torcendo pra ganhar um all-star no aniversário, pra se senti a roqueirinha descolada na escola. E seus cadernos? Todos com a última folha rabiscada. Lembra quando você desenhava assistindo aos desenhos na TV? Tinha o sonho de ser uma desenhista, daquelas que também escrevia sua própria história. Cresceu. Ficou chata consigo e perdeu a referência. Ficou presa na própria rede que teceu. Passou a...”– interrompida.

“– CALE-SE! Peguei meu verdadeiro eu na prateleira e passei a usá-lo. Não quero perder quem sou. Não mais.Não suporto minha contestação. Agora não basta ser a mais inteligente, mais bonita, mais gostosa. Quero também ser amada, compreendida, compreender, apaixonar-me, sofrer, alegrar e também errar. Agora sou assim, pessoa natural. Ser humano de carne e osso. Afinal, o que eu faço quando ninguém está olhando resulta  na sua criação, o que você vê em mim, e cada vez que isso acontece me torno melhor.”



(Contribuição para a Corrente literária "Quem")


terça-feira, 10 de julho de 2012

Não é pelo sexo, não é...
É pelo momento depois, 
Quando o mundo pára,
Parece tão seguro, tão seguro...
Não estou pronta pra abrir mão disso,
Isso me faz triste, fraca e patética?

Find Me by Boyce Avenue on Grooveshark

terça-feira, 3 de julho de 2012

Não se culpe por não entender nada

Nunca encontrei ninguém que tenha conceitos parecidos com os meus sobre a forma de enxergar o mundo, e achava isso estranho, por isso tentava esconder meu jeito de pensar apesar de em certos momentos não conseguir para pessoas que julgo serem incapaz de entender. E eu pensava “Por que eu não me encaixo? Por que nunca concordo com a maioria das coisas que me impõem?”.

E sempre foi assim, na escola ouvindo o professor explicar a matéria perdi as contas de quantas vezes discuti e fui parar na direção, chegando lá não tinha o que dizer, a não ser “Não entendi porque me mandaram pra cá”. 


Para a minha família eu sempre fui a “mega” inteligente, o máximo, a melhor de todas. Isso pode parecer SUPER legal, mas não é. Se sentir deslocada com a própria família definitivamente não pode ser legal. E eu me perguntava "Porque não posso fazer minhas escolhas?” ou "Porque devo agir igual minha irmã?".

Cresci me sentindo uma criança estranha ainda me sinto assim, porque apesar de passar horas brincando com amigos eu me sentia bem mesmo era no quarto, sozinha, com meus livros, meus cadernos, meus rabiscos.
Descobri que por trás dessa criança existe um mundo que ninguém é capaz de enxergar, talvez por isso ele seja tão complexo e bonito. Sinto falta de alguém que conheça o significado desse lugar, onde a minha estranheza se faz totalmente entendida e normal.


                                 Poderia explicar mas: poucos entenderiam minha complexidade.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Porque foi a única coisa boba que me interessou na tv hoje.


A gravação não tá boa.

Todo mundo gosta de escrever, mas ninguém gosta de ler e comentar (?)

Você conhece alguma mídia, algum jornal, rádio ou TV, que possui mais executores do que espectadores?
É, o blog é um fenômeno, é o único que é assim: mais escrito do que lido. Nossa humanidade pode ir dormir feliz.

Blogueiros são egoístas? Talvez. Sermos reconhecidos é melhor que reconhecer? Sem dúvida.
Os blogueiros são “quase-egoístas”. A criação pode tomar o tempo que temos disponível para ler o que outros estão falando.

Então o foco passa a ser outro: é o número de leitores. Como os leitores são em número menor que o de escritores, ninguém vai comentar ou criticar mesmo, estamos ocupados.

Acho que estamos descobrindo que a cultura dos brasileiros é a de não comentar nos blogs, mas sim fazer filas, passar os outros pra trás, ou jogar na mega-sena. Coisas MUITO mais interessantes só que não.

Triste não saber o que as pessoas acham do que veem aqui e principalmente do que leem aqui.

domingo, 1 de julho de 2012

E depois de tudo, me peguei fingindo ter um coração pequeno, 
Pra quem sabe assim a dor fosse minúscula,
Como se fosse apenas uma semente, uma semente ruim plantada e regada a doses de veneno,
Mas a dor é astuta, sempre é proporcional.
Naquele dia sofri dela, tão bruta, com meu coração pequeno.
A dor mais colossal.