Estou no alto e por incrível que pareça, sem medo. Na vida a gente não consegue entender tudo, como posso morrer de medo de altura e não sentir medo agora? Talvez a gente aceite algumas coisas e se desfaça de outras. Escrevo estas palavras de dentro de um avião, celular no bloco de notas, na mesinha o suco, ao lado a câmera, corpo literalmente nas nuvens e pés fora do chão. Vez em outra é bom ficar assim, corpo longe da terra, mais perto de Deus.
Sentada ao lado da janela e sozinha ali, tomo coragem de chegar próxima de olhos fechados. Abri. Pronto, enfrentei meu medo. A cada dia que passa tenho enfrentado meus medos, de uma forma tranquila. Hoje eu voei pela primeira vez, olhei pela janela, fiquei observando o baixo e do alto me senti grande.
Teria meu medo de altura passado? Que seja, que tenha...
Thirteen Senses me faz companhia e por incrível que pareça, o medo não me visita. É um voo curto, poucas turbulências. Ao meu lado um casal conversa, riem, celebram o amor, um com a cabeça no ombro do outro, usam uma aliança dourada, são velhos e felizes. Aquele típico casal, sendo que são dois homens, sem vergonha, sem exageros, sem porquês. Tento disfarçar, mas me pego olhando e fico numa curiosidade contida, querendo saber de onde vieram, como se conheceram, o porquê de tamanha felicidade - não que isso me incomode, mas sim, me empolga.
Ver ou viver o amor, ainda que na vida do outro, me impulsiona sem medo algum. A possibilidade de vivê-lo em minha vida, me inspira fazendo acreditar, que sim, ele existe. E no peito bate a saudade, aquela louca vontade espera a chance de um dia viver assim, em dois, em par. Viajar juntos, sorrir juntos, crescer, envelhecer e perder, porque embora os sorrisos sempre venham, as lágrimas alguns dias hão de cair. O voo segue...
A janela, agora, só me mostra o branco das nuvens. E eu penso em você. Penso olhando pro nada. Penso além do que posso. Paro e reparo as nuvens, fico numa brincadeira infantil de tentar achar imagens nelas, há 19 mil pés de altura sem alguém ali comigo, é o que me resta.
Meu celular não consegue acompanhar a agilidade dos meus dedos, querendo seguir a rapidez da minha mente que (re)pensa.
O casal adormeceu e eu os velo. Admirar algo é meio passo para querer ter, viver. E por assim ser, que minha admiração persista e que esta alegria que agora dorme, siga para um destino lindo, aqueles com histórias lindas e novas surpresas. Como a de hoje, sem medo, pelo menos para mim.
Muito legal o texto Juliana.
ResponderExcluirMuito amor <3 ;)
Quando enfentamos o medo descobrimos que ele não era assim tão grande e fica aquela sensação boa de mais um desafio vencido.
Bjs
"Admirar algo é meio passo para querer ter, viver." Perfeito e empolgante, sem mais.
ResponderExcluirBjs
Lindo texto, ju! Amei mesmo!
ResponderExcluirParabéns!
Bjs