segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sobre a felicidade

Coloco a água para ferver, o pó de café no filtro e aguardo.
Sentada ali na cozinha me lembro de um texto onde o autor comparava a felicidade com um café passado na hora. Não me lembro das palavras exatas, mas acredito ter entendido a mensagem.
A gente pode sentir o cheiro quando a felicidade está por vir, e por antecipação degustá-la.
Conservamos o café numa garrafa térmica para que fique aquecido e não perca o gosto bom. Assim fazemos com a felicidade, queremos protege-la ao máximo para que seu gosto se prolongue.
Por falar em gosto, o café não tem um gosto melhor quando compartilhado? Quantas vezes você já viu em filmes, séries ou chamou alguém para compartilhar um "cafezinho" contigo? A felicidade tem um gosto diferente quando compartilhada com pessoas que gostamos.
Podemos até tomar aquele café instantâneo, mas certamente não será a mesma coisa. Não tente procurar felicidade em qualquer lugar, o melhor mesmo é aguardá-la sem desespero.
Tomar o "pretinho" sem açúcar por engano e sentir aquele gosto amargo, é como ter a felicidade barrada por algo ruim. Não era de se esperar que aquilo acontecesse. Entretanto, você pode acrescentar açúcar no restante, NÃO JOGUE O CAFÉ FORA!  Ou melhor: NÃO JOGUE SUA FELICIDADE FORA, pois é certo que ela irá partir um dia, mas coloque açúcar, busque tê-la de volta. Mas cuidado, açúcar demais pode estragá-la, saiba dosar. Se algum dia ficar muito doce, perder o sentido saiba que é hora de partir para outra ou talvez até "passar uma nova".
A chaleira apitou, apaguei o fogo, coloquei a água no filtro previamente preparado.
Comecei meu dia assim, sentindo aquele "cheiro bom de felicidade preparada na hora".
Um novo motivo para me sentir feliz sempre que a felicidade antiga se esfriou e perdeu seu gosto, seu sentido.
Mas sei que logo mais um café fresco será passado, perfumando toda a casa. Certamente ele não vai durar o tempo todo. Mas quem disser que vive o tempo todo na plenitude da felicidade é um grande mentiroso.
Melhor mesmo é ter a noção de que nada pode ser para sempre.
Que a felicidade é simples e barata como um cafezinho.
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Julgue menos e ame mais!

E aí eu vejo como somos vazios, como parece que isso preenche. Criticar.
Criticar porque passou, e é tão normal que ninguém se preocupa em desmentir aquilo que falou, não existe preocupação em pedir desculpas. Nós somos todos imperfeitos, somos todos cheios de falhas.

A sensação que eu tenho é que encontrar um erro em alguém faz nos sentirmos menos errados, um pouco menos imperfeitos, porque se aquela pessoa erra naquilo e você não erra, tendemos a divulgar aquilo para que todos vejam o quanto ela é errada e nós não.

Às vezes aqueles que precisamos que fiquem, não ficam perto da gente. Aqueles que deveriam se aproximar para aprender, ouvir, não ficam do nosso lado porque existe um medo muito grande de ser criticado, porque ao mesmo tempo em que nós estamos acostumados a apontar o dedo, nós também estamos acostumados a ser criticados, a sermos apontados. 

E todo mundo acaba julgando como uma autodefesa, querendo rebater, querendo se defender, se justificar de algo que foi julgado alguma vez.
Temos a postura de nos afastarmos dessas pessoas, até porque não temos coragem de julgar e criticar de perto, frente a frente. Quando julgamos, normalmente fazemos isso pelas costas.
Então, não julgue! Se você sente vontade de julgar segure aí. Feche a boca e ame as pessoas, as abrace e mostre que você é diferente. Mostrar essa diferença tem um poder muito maior do que o de apontar e dizer que ela está errada.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Desabafos ou algo do tipo

Já diziam os sábios: "O silêncio vale mais que mil palavras".
Tenho aprendido muitas coisas na vida, dentre elas, o poder do silêncio.
Foi-se o tempo em que eu me preocupava em ter uma resposta para tudo, hoje sinceramente, pensem o que quiser. Tem gente mundo afora que perde seu tempo ofendendo aos outros de forma gratuita - o que é uma pena.
Longe de mim desejar mal a quem quer que seja, não perco meu tempo fazendo declarações para acertar o perfil de alguém com quem não tive o trabalho de conversar e conhecer direito.
O mal desse pessoal é achar que conhece profundamente o outro, seja por intermédio das redes sociais, por ver de longe ou, ainda mais, pelo famoso ditado "Diga com quem tu andas que direis quem tu és".
Visão medíocre, ingrata.
Somos mais, cada um de nós carrega muito daquilo que não é visível para quem não merece. Carregamos num lugar escondido aquilo de melhor e somente aos melhores é apresentado.
Precisamos ser sinceros com nossos sentimentos, sejamos então, francos o bastante para dizer o que pensamos, o que queremos, assumirmos nossos erros, vontades...
Mas atenção: cada um de nós apresenta suas verdades a quem quer. No meu caso, a quem merece.
Dia desses numa conversa, confessei a uma amiga que ainda não estava preparada para voltar às redes sociais, ando num momento que penso muito em mim e acredito não ser egoísmo, e sim, amor próprio. Já dizia John Lennon "A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor". Sendo assim, longe de mim perder meu tempo dedilhando no teclado o que eu penso sobre alguém que eu não admire, aliás, quem não admiro, me distancio - vivo longe.
Adjetivos não me caem. Já ouvi que sou uma garota chata, para outros "a metida" a outros, uma "puxa saco, plagiadora (com coisas piores)". O que me importa é meu pensar. Acredito não precisar provar nada a ninguém, só eu sei o que carrego dentro de mim, o que penso verdadeiramente, sei meus gostos, minhas manias, defeitos.
Dou risada cada vez que leio ou ouço isso, e quer saber: Piso em cima. Quando assumimos ser viscerais em nossas relações, nos permitimos, inclusive, às críticas dos outros, mesmo quando não são construtivas, mesmo quando o intuito é te derrubar, deixar para baixo. É dever nosso saber peneirar o que deve ser assimilado.
Não conhecemos ninguém e seria idiotice julgar o José porque ele não gosta de determinado filme, a Maria por preferir falar sobre música, do que de sexo, e o João por andar com "aquela turminha". O que está em nós é muito maior que nossos desejos, companhias, vontades. Somos visivelmente mais do que aparentamos ser, agora, se as pessoas que nos veem não enxergam, dever delas (re)fazerem seus conceitos.
Somos todos iguais, viramos pó, o que nos faz diferente é o que carregamos dentro de nós, o que é escolha nossa apresentar apenas a quem merece.
A essas pessoas deixo meu real desejo que seus peitos sejam invadidos pelo silêncio, "sentimento" ideal quando não podemos oferecer ao outro o nosso melhor, nosso amor, nossa admiração.

Eles são tão iguais. Meu medo é ser igual também ♪